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A história do álbum de Blues não lançado de Mick Jagger

Se o processo de gravação de clássicos do blues com os Rolling Stones para o novo álbum pareceu familiar para Mick Jagger, não foi apenas por quê ele conhecia todas as canções de coração — ele também já fez esse tipo de coisa antes.

A vez anterior de Jagger com um álbum de clássicos do blues foi em 1992, enquanto ele estava trabalhando com o produtor Rick Rubin no LP que se tornaria o "Wandering Spirit" no ano seguinte. Rubin estava trabalhando também com uma banda de Los Angeles chamada The Red Devils, que assinaria com seu selo Def American — e cujo show no King King Club da cidade chamou a atenção de uma lista crescente de roqueiros famosos. Afim de ver a banda, Jagger apareceu no King King em Maio de 1992 e se sentou para uma performance que incluiu "Who Do You Love?" de Bo Diddley e "Blues With A Feeling" de Little Walter.

Para Jagger, que estava brincando com a ideia de um disco de blues desde que os Stones terminaram a turnê do álbum "Steel Wheels", o show foi apenas a faísca que ele precisava para começar a trabalhar. Usando Rubin como um intermediário, ele convocou a banda para o estúdio Ocean Way de Hollywood em Junho, parando as sessões de "Wandering Spirit" por um dia de execução através de alguns dos números favoritos do cantor. De acordo com o livro de Dan LeRoy, os Devils receberam uma taxa fixa de $750 pela sessão, que Jagger ordenou com uma pilha de discos.

"Ele disse 'Okay, caras, esses são os meus discos favoritos'", relembra o baixista Johnny Ray Bartel. "Eu vou tocá-los uma vez para vocês, e depois nós vamos improvisar em cima das versões originais. E depois nós vamos gravá-las'. Basicamente o que ele queria era a espontaneidade final e não um monte de ensaios, e apenas aprender realmente rápido e vamos ver o que temos."

O que eles tiveram foi uma maratona de 13 horas de blues que produziu mais de uma dúzia de músicas — a maioria delas foram gravadas em poucos takes. Apesar de não ser suficiente para descarrilar "Wandering Spirit", Rubin publicamente previu que as sessões com os Red Devils seriam lançadas "algum dia" — embora, enquanto isso, os Devils foram deixados sem qualquer garantia real, ou mesmo uma cópia das fitas. Eles continuaram a construir uma reputação através de seus shows ao vivo, e Rubin iria mais tarde ligá-los com Johnny Cash no outono de 1993, mas Jagger já estava em outra.

Mesmo que as sessões dos Red Devils permaneçam oficialmente não lançadas - com a exceção da faixa "Checkin 'Up On My Baby", que encontrou um caminho para a compilação "The Very Best Of Mick Jagger" de 2007 — as fitas encontraram seu caminho para a circulação. No livro de LeRoy, Bartel especula que o cantor Lester Butler teve em suas mãos uma cassette "que ele vendeu para uns caras italianos" que transformaram-nas em um bootleg, enquanto o baterista Bill Bateman reconta a noite com um membro da comitiva de Jagger que enganou o "braço direto" de Rubin e saiu com um CD gravado direto das fitas.

No entanto, eles fizeram sua estrada para o mundo, as canções que Jagger gravou durante o seu dia com os Red Devils estão prontamente disponíveis para qualquer pessoa que tiver interesse em procurá-las — e como você pode ouvir abaixo, elas oferecem uma visão interessante por dentro do amor de uma vida de Jagger para o blues, bem como um aperitivo divertido para "Blue & Lonesome".

Imagem: WMG


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