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KEITH FALA SOBRE O ESTILO DE CHARLIE TOCAR BATERIA

  • Biografia (Life) Adaptação: Jeferson Oliveira
  • 24 de jul. de 2016
  • 2 min de leitura

Keith Richards fala sobre o estilo de seu companheiro Charlie Watts tocar bateria: "Se você der uma espiada no tamanho da bateria dele é uma coisa ridícula, comparando com o que tem a maioria dos bateristas hoje em dia. Os caras ficam atrás de um verdadeiro forte. Uma espantosa barricada de tambores. Charlie, com apenas aquele junto clássico, era (ainda é) capaz de tocar maravilhas. Sem a menor pretensão, e quando a gente escuta ele tocar nem a metade, soa como uma pancada. Ele também toca com bom humor. Adoro olhar para os pés dele através do Perspex. Mesmo que eu não consigo ouvi-lo, posso acompanhá-lo só de observá-lo. A outra coisa é um truque do Charlie, que ele pegou, eu acho, do Jim Keltner ou do Al Jackson. Nos pratos, a maioria dos caras podia tocar as quatro notas, mas na dois e na quatro, onde cai a acentuação [backbeat], e é uma coisa muito importante no rock n' roll, Charlie não toca, ele suspende as baquetas. Ele faz que toca e recua. Isso deixa perceptível todo o som da caixa, em vez de ter aquela interferência por trás. Se você olhar com atenção, vai fazer seu coração falhar. Ele faz um movimento extra, totalmente desnecessário. O tempo atrasa porque ele tem de fazer um pequeno esforço extra. Com isso, uma parte da sensação lânguida do jeito de Charlie tocar é resultado desse movimento desnecessário entre cada duas notas. É muito difícil fazer isso: interromper a nota somente por um tempo e depois continuar. Cada baterista tem um estilo próprio, uma assinatura, na qual os pratos estão um pouquinho adiante da caixa. Charlie toca as notas muito antes da caixa e junto com os pratos. E o jeito como ele estende o tempo e o que a gente faz em cima disso é um segredo do som dos Stones. Essencialmente, Charlie é um baterista de Jazz, o que significa que o resto da banda é, de certo modo, uma banda de Jazz. Ele está no nível dos melhores, Elvin Jones, Philly Joe Jones. Ele tem a percepção, a sensibilidade solta do Jazz, e é um batera econômico."

Foto: Getty Images


 
 
 
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