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Mick Jagger fala sobre Fidel Castro, aprender espanhol e continuar em forma aos 73

Mick Jagger falou ao The Sun sobre a Olé Tour, "Havana Moon" e o documentário "Olé Olé Olé!".

Sob o regime repressivo de Fidel Castro, os cubanos nem sempre podem ter o que eles querem. Mas neste ano, ao invés de conselhos do Papa, os Rolling Stones deram a um milhão de pessoas o que elas precisavam. Uma explosão de rock 'n roll desenfreada da maior banda ao vivo do mundo.

"Olá, Havana! Boa noite, minha gente de Cuba", rugiu Mick Jagger em seu melhor espanhol para uma recepção selvagem.

Agora aquele grande evento está sendo celebrado em filme, "Havana Moon", estreará nos cinemas por apenas uma noite na próxima sexta-feira. E o frontman Mick Jagger continua detonando aos 73.

TS: Você brincou chamando o filme de "Havana Moon", uma referência a uma velha música de Chuck Berry...

MJ: Sim, eu pensei que seria uma referência divertida. Quando nós estávamos procurando por um título, esse simplesmente apareceu na minha cabeça, embora tenha um longo tempo desde que eu ouvi essa canção. É realmente temperamental, e eu pensei que iria funcionar meu bem para um título. Todos pareceram gostar.

TS: Presumivelmente você nunca pensou em tocar em Cuba porque isso nunca antes foi uma possibilidade?

MJ: Não, eu não acho que nós nem ao menos pensávamos em tocar lá. Então uns dois anos atrás, isso começou a ser mencionado pelas pessoas porque as restrições americanas foram cedendo, pouco a pouco.

Nós provavelmente poderíamos ter tocado lá há séculos, mas que teria sido muito difícil. Muitos dos meus amigos, pensando em três, quatro, cinco anos atrás, estavam dizendo: "Por que vocês não fazem um show lá?"

TS: Essa foi a última fronteira para os Stones em termos de localidades?

MJ: Não mesmo, não. Nós fizemos um show na África. Aquele é um lugar grande. Gostaria de voltar. E talvez a Índia também.

TS: Você já esteve em Cuba antes?

MJ: Sim, eu sempre quis ir. Eu tenho uma casa no Caribe e ficava pensando: "Eu tenho que ir lá antes de mudar". Então eu fui no último Outubro/Novembro com alguns amigos... apenas Havana. Estava muito tranquila, fora de época, realmente adorável, e eu fui a um monte de clubes de música para ter uma sensação do lugar. Não haviam turistas por perto, então foi uma coisa de "apenas cubanos".

Eu conheci algumas pessoas e tive a sensação de como seria tocar lá, se seria interessante e o que as pessoas pensavam. Eu estava decidindo isso, mas também estava me divertindo muito.

TS: A banda chegou a receber algo pelo correio dos fãs de Cuba?

MJ: Não, eu não me lembro de nenhum. É muito perto da América, de modo que o rádio se sobrepõe e há muita troca de músicas. Todas as pessoas conheciam os Beatles e os Rolling Stones, e etc.

Foi banido [o Rock 'N Roll], sim, e era difícil conseguir as coisas lá, mas foi o mesmo na Polônia. As pessoas conseguiam música se elas estivessem tão interessadas. Nós fomos para a Polônia em 1966... foi estranho. Era um estado bem mais reprimido do que Cuba.

Recentemente, houve um mês incrível para Cuba. Você tinha o Papa, Obama, Major Lazer e depois os Stones, todos lá. Mas você teria que perguntar para as pessoas cubanas se elas estão sentindo algo ou não. Não é um lugar livre, você ainda não pode dizer o que você gostaria, você ainda não pode se reunir e você não tem muito acesso à internet. Parece para o resto do mundo que é um lugar liberal, mas eu não sei a resposta para isso.

No outro filme que nós fizemos sobre a América Latina, chamado "Olé Olé Olé!", tem muito dessa história.

Houve repressão em muitos dos países da América Latina porque eles eram ditaduras militares de direita. Também aconteceu na Espanha de Franco, onde eles baniram o rock 'n' roll e nós países soviéticos do Estado Satélite e na União Soviética. Então Fidel Castro copiou a União Soviética, banindo burguesa, música. Isso não durou para sempre.

Rock ’n’ roll é apenas uma parte do quebra-cabeça cultural. Você precisa de todas essas partes. Você precisa de intercâmbios culturais e políticos em todos os níveis. Filmes, música e televisão são parte do diálogo.

TS: O show [de Cuba] aconteceu oito dias depois da data anterior da América Latina Olé tour na Cidade do México. São oito dias o tempo suficiente para continuar em forma para o próximo show?

MJ: É uma certa lacuna, mas você tem que continuar. Você tem que fazer todas as suas práticas vocais e exercícios. Eu acho que eu fui para as Índias Ocidentais e todos os outros foram para Miami. Eu tinha que ficar bom para esse show. Eu não queria desapontar os cubanos.

TS: Você falou muito espanhol durante o show. Você fala essa língua?

MJ: Não, mas eu achei bem fácil. Se eu me preparar, eu consigo sobreviver. Eu tenho falado espanhol por quase toda a turnê, exceto pelo Brasil que é português e mais difícil. Então eu estava meio que ok. Até mesmo a minha filha Jade me elogiou. O espanhol dela é muito bom e ela disse "O seu espanhol não estava ruim". Eu disse, "Bem, eu estou fazendo isso há três meses ou algo assim".

Eu acho que você precisa fazer o esforço de falar com as pessoas em sua própria língua. Mesmo se você faz uma bagunça com isso, não importa. Eu acho que as pessoas apreciam você tentando. Muitas pessoas falam inglês, mas não em todo lugar, então é bom fazer frases. O lance do espanhol é que ele é diferente em cada país, eles têm palavras diferentes e gírias e formas de pronunciar. Alguém disse, "Você não pode pronunciar desse jeito, você está falando como um chileno", eu estava: "O que há de errado nisso?!"

Foto: Dave J. Hogan


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