Há 34 anos era lançado o álbum “Undercover”
Um dos discos mais controversos dos Rolling Stones, “Undercover”, teve críticas negativas por parte da imprensa e positivas por alguns fãs na época de seu lançamento. No dia sete de novembro de 1983, a banda distribuía no mercado o início de uma saga de altos e baixos de seus principais mentores do grupo. Pois é, Keith Richards e Mick Jagger nesse momento já davam os sinais de discordâncias musicais, estranhamento pessoal que se refletiu muito durante as gravações. Enquanto que Mick queria trazer uma sonoridade mais moderna de acordo com o que rolava nos anos 80, Keef queria manter as raízes sonoras que levaram os ingleses ao sucesso. A partir disso, os atritos e as tensões começaram a aparecer, porém, a bomba só foi estourar mesmo em “Dirty Work” (1986), mas aí, é papo para outro texto.
A vendagem foi muito fraca comparada aos outros trabalhos do quarteto. Na Grã-Bretanha, ele ficou em 11º lugar e nos Estados Unidos em 5º. Era o primeiro fracasso em 15 anos, relativamente falando.
A produção do álbum ficou a cargo de Chris Kimsey que foi convidado pelos Glimmer Twins por já ter conhecimento dos novos recursos tecnológicos de gravação. A empreitada foi concebida nos estúdios Pathé Marconi, em Paris e nas Bahamas, no Compass Point Studios. A finalização com overdubus e mixagens foi em Nova York, no The Hit Factory.
No geral, “Undercover” é um trabalho com canções dançantes e letras agressivas que falam sobre Wall Street, fortuna, assassinato, facas e dentre outras coisas bem fortes. A faixa-título é uma mistura de funky rápido com guitarras flamejantes e um Jagger fazendo um lamento sobre os desaparecidos políticos da Argentina (esta música foi banida deste país). “She was Hot” traz o piano acelerado de Stu e um marcante riff de Keith seguindo o embalo. “Tie You Up (The Pain Of Love)” traz a pegada rock and roll que é a cara da banda. Com “I Wanna Hold You” ‘seria uma reeleitura direta de “Happy”, segundo o autor Christopher Sandford em “The Rolling Stones – A Biografia”. Em alguns momentos o ouvinte poderá se desfrutar de um bom reggae em “Feel On Baby”.
Apesar das composições serem registradas com o nome de Jagger e Richards, Ronnie Wood ganhou créditos em “Pretty Beat Up”. Um verdadeiro milagre, mas isso poderia já se uma faísca de que algo já não estava bem entre os principais alicerces do grupo. Por fim, o disco se resume a uma boa mistura de hard rock, com new wave, reggae e dance music.
Na versão original em vinil, os adesivos que cobrem uma mulher nua na capa poderiam ser retirados. Quem tem esta relíquia, certamente, poderá dizer se o que se encontram por trás deles são realmente formas geométricas.